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O Empreendedorismo como Diferencial Competitivo em Clínica Odontológica


De um modo geral, o empreendedorismo não é algo normalmente observado com a devida atenção por cirurgiões-dentistas, apesar de ser algo essencial e decisivo para o sucesso do negócio conhecido como consultório (ou clínica) odontológico. Mas por que isso ocorre? Qual o verdadeiro papel ou impacto do pensamento empresarial na vida cotidiana do profissional da odontologia que optou por ter um negócio próprio ao invés de trabalhar para os outros?

Empreendedorismo

Empreender pode ser definido de diferentes formas, a saber:

“Criar opções de melhor desempenho, ganho ou lucro. Transformar rotinas de trabalho de forma a gerar mais produtividade ter ideias inovadoras e desafiadoras. Capacidade de enxergar além do cotidiano, solucionar com habilidade e criatividade. Ter visão de dono.” (http://www.dicionarioinformal.com.br/empreender/)

“É uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário por meio da articulação dos fatores produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa)

“É o sujeito de direito que exerce a empresa, ou seja, aquele que exerce profissionalmente (com habitualidade) uma atividade econômica (que busca gerar lucro) organizada (que articula os fatores de produção) para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Empres%C3%A1rio)

Segundo Jerônimo Mendes, em seu livro “Manual do Empreendedor: como construir um empreendimento de sucesso”, há algumas definições e conceitos históricos importantes sobre empreendedorismo que podemos ver no quadro abaixo dali extraído (com adaptações):

Fonte: MENDES, Jerônimo - Manual do empreendedor: como construir um empreendimento de sucesso. 1ª edição, São Paulo: Editora Atlas, 2009.

Uma das coisas que podemos aprender com estas abordagens históricas sequenciais é que “criatividade e iniciativa” constituem a mola que impulsiona o empreendedor a empreender.

A palavra “risco” também se faz presente e é algo muito relevante!

Queremos aqui destacar algumas afirmações importantes do autor do livro que temos mencionado:

“O empreendedor vê a riqueza como consequência e não como meio”

“Sua importância [do empreendedor] está no uso de habilidades, da inteligência, na vontade de contribuir, na esperança de ser reconhecido como alguém que ultrapassou barreiras anteriormente rotuladas como intransponíveis.”

“O empreendedor assimila conceitos intuitivamente mesmo sem ter tomado conhecimento deles.” Pois, “O conceito está no sangue, na essência, no seu modo de ver as coisas e na sua incrível capacidade de transformar obstáculos em grandes oportunidades de negócio.”

Percebe-se então que empreendedores são pessoas com pensamentos diferentes de outras, no sentido de usar a criatividade e o modo de agir com muito mais clareza, focado nos objetivos que se quer alcançar e com ideias inovadoras. Nesse sentido, fica claro que o empreendedorismo requer do empreendedor determinadas competências, habilidades e atitudes para se obter sucesso nos negócios.

O Empreendedorismo como diferencial competitivo

O empreendedorismo por si só constitui-se uma força diferenciadora no ambiente de negócio, pois trata-se de perfil de pessoas predestinadas e determinadas a alcançar objetivos a todo custo, mesmo que para isso tenha que abrir mão da vida pessoal, familiar e social.

No empreendedorismo, entende-se que o planejamento é algo inestimável e prioritariamente o mais importante documento, pois trata-se do mapa desenhado para encontrar o tesouro desejado.

Nesse contexto, verifica-se que o plano de negócio é uma ferramenta crucial para se conhecer com clareza o negócio, pois permite analisar, avaliar, elaborar, definir, organizar, determinar, instituir, eleger, captar, elencar, planejar, dentre outras coisas o tipo e rumo que o negócio terá para alcançar determinados objetivos e estratégias, para justificar a sua missão enquanto negócio.

Um bom plano de negócio deve considerar três perspectivas:

  1. A perspectiva do empreendedor, que entende melhor do que ninguém a criatividade e a tecnologia envolvidas no empreendimento;

  2. A perspectiva do marketing, ou seja, as reais possibilidades de comercialização mediante os olhos do cliente;

  3. A perspectiva do investidor que avalia a oportunidade sob uma perspectiva meramente financeira.

O empreendedor precisa levantar alguns questionamentos aos quais servirão como pré-requisitos necessários a sua elaboração e o ajudarão a construir um raciocínio que facilite o processo de empreender. Ainda segundo Mendes, são questões fundamentais para o plano de negócio:

Verifica-se que essas questões não deixam dúvidas acerca da necessidade do planejamento extremamente criterioso e meticuloso para o ambiente empreendedor, pelo fato de mostrar e esclarecer dúvidas sobre a decisão a ser tomada. Uma vez sanadas todas as dúvidas, cria-se maior confiança e segurança sobre algo que se pretende empreender, possibilitando resultados mais previsíveis e baixos riscos.

Mas o que é diferencial competitivo?

É algo que destaca uma organização em relação aos seus concorrentes: tecnologia, localização, qualidade, porte, capacidade financeira etc.

Todavia, há de se considerar que o diferencial competitivo pode não durar para sempre, pois a capacidade humana em criar e inovar torna o diferencial competitivo algo mutável e dinâmico entre as organizações. O que funciona hoje pode não funcionar amanhã. O que diferencia e torna uma clínica especial hoje pode já ter virado “lugar comum” amanhã.

Contudo, existe algo que pode ser sustentado por um longo período, que são as pessoas!!! Todas as pessoas que fazem parte de uma organização, do dono da clínica à faxineira. Neste quesito nos referimos à humanização do atendimento e a todo o conjunto de capacidades, habilidades e atitudes que formam o “espírito” da empresa.

Ao tratar de pessoas como diferencial competitivo, surge outro questionamento, que talvez seja a chave do sucesso para um negócio, que é: como fazer das pessoas diferencial competitivo? Por tudo que foi abordado ao longo deste artigo verifica-se que pessoas com visão empreendedora são diferentes das demais, portanto, o negócio que possui visão empreendedora certamente será diferente das demais organizações. Esse seria o ponto chave para o sucesso do negócio, em qualquer área de atuação, independentemente do setor, segmento ou ramo de negócio.

O segredo é, portanto, saber escolher as pessoas certas e saber motiva-las a embarcar com você (líder) na missão de realizar o seu projeto de modo integral!

Observações finais

Atualmente, percebe-se que aspectos fundamentais que deveriam estar presentes no negócio (palavra que deveria fazer parte do vocabulário do cirurgião-dentista), não são observados, muito provavelmente pela falta de visão empreendedora, tais como:

  • falta de planejamento confiável;

  • excessiva flexibilidade nos processos;

  • falha de fluidez na comunicação;

  • retrabalho;

  • concorrência;

  • falta de informações claras e objetivas a todas as pessoas envolvidas;

  • falta de conhecimento sobre o papel de cada pessoa no processo;

  • falta de relatórios precisos de apoio a decisão gerencial;

  • falta de reuniões periódicas entre colaboradores;

  • falta de apoio e suporte logístico nos processos de execução e monitoramento dos tratamentos;

  • falta de planejamento no processo de comunicação com o mercado;

  • falta de sistema de avaliação e acompanhamento de desempenho;

  • falta de critérios de avaliação e infraestrutura, podem fazer toda a diferença para o negócio.

  • Etc...

É igualmente fácil constatar também, que o empreendedorismo possui um alto potencial estratégico para o negócio/odontologia, no que diz respeito à elevação do nível de maturidade na gestão, o que poderia trazer como resultado em termos de lucratividade e, por que não dizer, de realização profissional!

Também devemos registrar aqui que a formação do cirurgião-dentista nos bancos das faculdades não contempla – de um modo geral – conhecimentos específicos da administração e do marketing correto, o que torna a odontologia vulnerável aos maus empreendedores de “fora” que, embora saibam empreender corretamente, não estão necessária e suficientemente imersas no espírito de gerar saúde e qualidade de vida como estão os cirurgiões-dentistas. Por estas razões, estes autores defendem que...:

  1. Toda faculdade de odontologia do país deveria ensinar empreendedorismo na graduação, com no mínimo um semestre ou, preferencialmente, um ano para envolver a criação de planos de negócio, conhecer o mercado, aprender sobre marketing ético etc;

  2. Haja estímulos concretos por parte das associações de classe e órgãos reguladores para a capacitação da classe em termos de negócios de um modo geral;

  3. Todo cirurgião-dentista planeje cuidadosamente a real viabilidade de seu negócio ANTES de sua abertura, ou seja, antes de investir. Para muitos, fazer uma clínica funcionar de modo financeiramente saudável é muito mais difícil do que achava antes de o fazer, mas quando percebem isso já é tarde demais.

Concluímos então que o bom empreendedorismo praticado por um proprietário de uma clínica odontológica, sem dúvida alguma, a coloca em situação de vantagem competitiva diante da concorrência e, agrega maior nível de profissionalismo para o negócio e, podemos dizer, para a odontologia de um modo geral também!

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